As transportadoras no Rio Grande do Sul enfrentaram sérios prejuízos devido às chuvas intensas que atingiram o estado, causando danos em caminhões, infraestrutura das empresas e outros equipamentos, além de uma redução no fluxo de cargas. A situação é ainda mais crítica pelo fato de poucas empresas possuírem seguro total dos veículos ou seguro contra enchentes.
De acordo com Sérgio Gabardo, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), “99% das empresas não fazem seguro total de caminhão, não tem como pelo custo (elevado), e 99,9% não faz seguro de alagamento”. Somente a empresa de Gabardo teve 257 caminhões alagados.
Outras empresas também sofreram grandes prejuízos. A Turis Silva e a TSG, por exemplo, tiveram, cada uma, mais de cinquenta veículos danificados. Gabardo destaca que todos os caminhões alagados precisarão de reparos extensivos, como a abertura do motor, troca de óleo e verificação de conectores. Ele estima que os custos de reparos para caminhões novos, de maior valor agregado, podem superar R$ 100 mil.
Os impactos das enchentes no setor logístico foram enormes, mas ainda não é possível calcular o valor total dos prejuízos. Além das estradas comprometidas, o agronegócio, um dos principais setores econômicos do estado, também foi severamente afetado pelas chuvas. “Então, como vai ficar a questão da carga?”, questiona Gabardo.
Na segunda-feira (27), Gabardo se reuniu com o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Frederico Antunes (PP), para discutir possíveis soluções para o setor de transportes no Rio Grande do Sul. Ele argumenta que, se o poder público implementar medidas de incentivo à retomada econômica, como uma linha de crédito subsidiada pelo Banrisul, é provável que bancos privados sigam o exemplo.
Fonte: Jornal do Comercio