Serviço é recomendado para viajantes dentro e fora do país; seguradora lá lidou com sinistro de 2,5 milhões nos Estados Unidos

Passagem aérea e hospedagem são os gastos que vêm imediatamente à mente quando pensamos em uma viagem internacional. Mas para os mais precavidos, há um outro custo indispensável que precisa ser planejado ainda em solo brasileiro: o seguro viagem.

A turismóloga Aissi Débora, de 24 anos, conhece bem a importância desse gasto. Durante um intercâmbio na Argentina em 2022, ela foi diagnosticada com pneumonia dois dias antes de retornar ao Brasil. Sua única despesa foi pouco mais de R$ 200, valor pago ao seguro antes de viajar.

Aissi ficou internada por 13 dias em um hospital de ponta, sendo nove deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No momento da admissão na UTI, houve uma preocupação devido ao custo.

“Eu tive um pequeno problema porque o hospital disse que eu precisava ir para a UTI, onde a diária era, por exemplo, US$ 4 mil (cerca de R$ 20 mil), enquanto meu seguro cobria apenas US$ 2 mil (cerca de R$ 10 mil), valor de um quarto”, relembra Aissi.

A questão foi resolvida no mesmo dia, e a jovem teve uma boa relação com a seguradora, que a contatava em português, até mesmo após seu retorno ao Brasil.

Limites de Cobertura

Aissi estava em um país com sistema público de saúde precário. “Praticamente não funciona, não é como o SUS. Eu precisei ficar em um hospital particular”, conta. Os custos com a internação foram tantos que ela nem consegue estimar, incluindo exames caros e fisioterapia.

“Apesar de ser em pesos e depois convertido para dólares, era muito dinheiro e era o melhor hospital da cidade. Então compensou bastante”, afirma.

Na época, a preocupação dela ao escolher o seguro viagem era a cobertura de covid-19. Seu seguro cobria US$ 100 mil (aproximadamente R$ 515,9 mil) em despesas médicas, valor que pode ser insuficiente em países como os Estados Unidos, famosos pelos altos custos de saúde.

“Nós já atendemos sinistros de US$ 500 mil (R$ 2,5 milhões) nos EUA, quantia que pode comprometer o orçamento de qualquer viagem e até colocar em risco o bem-estar do viajante”, diz Luiz Gustavo da Costa, CEO da seguradora Coris.

Mesmo para nativos norte-americanos, os custos com saúde podem ser assustadores, e para brasileiros, com o real desvalorizado, o peso no bolso é ainda maior. No site da empresa, há uma diferenciação na cotação dos seguros quando a viagem envolve ou não os EUA.

Seguro Viagem no Brasil

Mesmo no Brasil, onde há um sistema público de saúde reconhecido, muitos preferem a segurança de um atendimento mais ágil no sistema privado. Para quem não possui plano de saúde com cobertura nacional, o seguro viagem é recomendado.

Luciana Volante, diretora de marketing e comercial da Hero Seguros, compartilha a experiência de uma segurada de São Paulo que quebrou a perna durante uma viagem à Bahia.

“Ela tropeçou no lençol, caiu e quebrou a perna. Tivemos que deslocá-la para um hospital em Salvador. Ela precisaria de uma cirurgia que não custaria menos de R$ 200 mil”, conta. O seguro cobria despesas médicas no limite de R$ 30 mil, então a seguradora custeou seu deslocamento para um hospital em São Paulo, onde ela tinha plano de saúde.

Para Luciana, qualquer viagem, interna ou internacional, deve considerar um seguro viagem. Em dois anos de atuação, a Hero Seguros teve mais de um milhão de segurados, e 30 mil tiveram sinistro acionado.

Percentualmente, apenas 3% a 4% dos clientes usam o seguro viagem. Para aumentar o valor percebido, a empresa oferece benefícios adicionais, como acesso a salas VIP nos aeroportos e desconto nos Duty Frees.

Quanto Custa o Seguro Viagem?

Na Hero Seguradora, um seguro para uma viagem internacional de 10 a 15 dias custa em média R$ 245. Na Coris, o custo médio é de R$ 380 para passageiros até 65 anos, abrangendo seguro viagem nacional e internacional. Para viagens aos EUA, o custo médio sobe para R$ 480 para uma viagem de 10 dias.

Além das despesas médicas, a maioria dos seguros também oferece ressarcimento em caso de atraso de voo, atraso de bagagem e despesas farmacêuticas.

 

Fonte: Terra