O governo federal estuda uma mudança significativa no processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A proposta em análise prevê que a frequência em autoescolas, ou Centros de Formação de Condutores (CFCs), se torne facultativa, mantendo apenas os exames teórico e prático como requisitos para a habilitação.
Atualmente, o custo médio para obter a CNH gira em torno de R$ 5 mil, mas, com a nova medida, esse valor poderia cair até 80%, tornando o processo mais acessível à população.
Preocupações com a segurança e os seguros
Apesar da redução de custos, especialistas alertam para riscos potenciais. Estatísticas apontam que 90% das mortes e lesões graves em rodovias federais resultam de falhas humanas, com cerca de 40 mil óbitos anuais. Paulo Guimarães, do Observatório Nacional de Segurança no Trânsito, reforça que a formação de condutores exige cuidado, já que qualquer deficiência na habilitação pode refletir diretamente em acidentes e, consequentemente, no aumento de sinistros e custos de seguros veiculares.
Modernização versus risco
Tentativas anteriores de modernização, como o uso obrigatório de simuladores, permitiam que alunos enfrentassem situações complexas, como direção noturna ou em chuva, de forma segura. No entanto, a obrigatoriedade foi revogada após investimentos das autoescolas nos equipamentos.
Especialistas defendem que, ao invés de eliminar as autoescolas, o caminho ideal seria aperfeiçoar o sistema de formação, com debates envolvendo órgãos de trânsito, seguradoras e entidades do setor, garantindo mais segurança para os condutores e estabilidade nos custos de seguros.